domingo, 27 de fevereiro de 2011

A PARTIDA

Volta, quis dizer, parada no meio do corredor.
Mas agora, alguns anos depois, lhe pergunta, de onde tirou forças e superou a partida?
Ao meio-dia de uma tarde de Fevereiro, ou se repete depois baixinho (à noite que ela se foi) , houve uma tragedia.
No dia seguinte e em todos depois dele, sozinha na cama, no quarto, nessa noite e em todas as outras depois dessa, à medida que o verão fosse indo embora e as noites todas se tornassem mais e mais frias, março, junho, agosto adentro, enrolada em cobertores, vida afora lembrava oque disse repetidamente para ela: volta, Elisabeth, volta que eu cuido de ti e dou um jeito qualquer de tu ficares boa e então nós podemos ir embora para qualquer cidade conhecer o Mar, ou qualquer outro lugar onde tu possas ficar completamente boa do meu lado e para sempre, volta que eu te cuido e não te deixo morrer nunca.
Não disse nada. Piscando lenta, olhando nos olhos, Elisabeth foi embora para sempre dos dezesseis anos de vida dela.

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